13 dezembro 2006

Dor de cabeça

Tinhas aí uns quatro anos de fome e a morte dentro de ti.
Espreitavas da folha de jornal. Perdida. À entrada da farmácia. Pisada. Não sei por que aparecias na primeira página. Molhada. Nem quis saber. Se calhar já morreste a ainda usam a tua fotografia, porque tens uns olhos bonitos que ofuscam e fazem comprar jornais. Às cegas. Mas se me apareceres num presente de Natal, a embrulhar uma quinquilharia qualquer, então, saberei a tua estória com mais calma, enquanto como um chocolate à lareira, menino sem pernas e sem casa a que chamam preto.

"Era uma caixa de Aspirinas, por favor."

Tentarei não pisar-te ao sair.
Os pés dos outros não te servem.

20 Comments:

At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna…
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna…
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna…
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna…
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna…
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Comoves-me Bruna
bjs

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Blogger Uma mulher said...

de repente a crueldade...
vc é simplesmente magnífica!!Meu beijo.

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Blogger kurika said...

Que triste ... e profundo.
Repito uma vez mais ... comovente este momento.

Um beijinho

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Arrepio...

Beijinhos*

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

opsss… sorry…

 
At quarta-feira, dezembro 13, 2006, Anonymous Anónimo said...

Lembro-me do flagelo das minas...o que se gasta em inventar modos de aleijar... Mais valia que o gastassem em formas de curar!
Este deixou-me triste, muito triste...
Dá-me uma aspirina também, por favor
Adorável, o teu grito!
Beijinhos
( sou angolano e as imagens dos filhos da minha terra, esses que nem saiem nos jornais, fazem-me dores imensas: na alma também!...)

 
At quinta-feira, dezembro 14, 2006, Blogger LucioInferro_Adolfo said...

Na alma também.

 
At sexta-feira, dezembro 15, 2006, Blogger http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ said...

Oi Bruna, lendo o seu texto eu só pude compará-lo com a minha enxaqueca que já dura oito anos.

Um abraco Georgia

 
At sexta-feira, dezembro 15, 2006, Blogger joão marinheiro said...

Ás vezes. Algumas vezes, o natal encontra-se desta forma. Pena que existam tão poucos natais por ai...
Adorei o texto. Forte. Imenso.
Abraço com barcos à mistura....

 
At sábado, dezembro 16, 2006, Blogger Chris Rodrigues said...

Acho que fiquei De Ponta Cabeça.
Bjos
Chris

 
At domingo, dezembro 17, 2006, Blogger kurika said...

...mais um beijinho para ti...

fica bem

 
At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Blogger mfc said...

Notas o que passa despercebido à maioria!

 
At quarta-feira, dezembro 20, 2006, Blogger musalia said...

mfc, não passa despercebido, não. o que acontece é que incomoda...e não se fala disso...

este é o Natal que temos, todos os dias. só que fazemos de conta...

beijo, Bruna.

 

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