Sorriam, que há festa
Algures no reino, havia serão.
Um bobo da corte, um baile, um flautista.
No meio da pista pergunta o poeta:
- A menina dança?
- Só com o trapezista.
E valsa vai e valsar bem
e olhar vai e olhar vem.
- Desculpe que insista...
Teimava o das letras com amena voz.
- Não serei eu digno de dançar com Vós?
Correram os passos na sala dourada.
Entre a cabra-cega e a apanhada,
o mor jogo em cena chamava-se amor.
De mãos enlaçadas, no centro da pista,
dançava a menina com o trapezista.
E entre as cortinas, bem longe da vista,
chorava o poeta com os olhos em dor.
12 Comments:
A tua dança das palavras cria inveja ao poeta choroso e ao trapazista dançarino.
E a menina dança?
...ao poeta cabe incitar o amor através da palavra...culpa do poeta se a menina por outro se encantou...:)
Poesia do catano.
ora isto sim é poesia tirada lá do fundo...pois sim senhor quase que ganhas ao Camões.
Precisa o poeta
de escondido na dor
soltar a dor em poema
é o eterno problema
cantar ao amor
em dor completa
e se na pista
"o das letras" por mais que insista
a recusa a anseia também
para que a poesia soe a ámen
que estas palavras não manchem
o que de divinal escreveste
poeta? são muitos os que o tentem
poemas? o que nos deste
Adorei :-)
beijinhos
mais um blogg que descubro... e que me fascina!
Parabens á autora!
Pelas musicalidade e sentimento das palavras!
Um beijo e um convite
Paulo Santos
www.interiornorte.blogspot.com
Apetece sair para dançar depois de te ler... e eu cá gosto de poetas. Dizem que têm magia. Mas quem consegue resistir a um trapezista? :)
Beijinhos*
Desculpa esta intromissão.
No meu blog, tenho uns chapelinhos muito bonitos, nos quais podes estar interessada.
Vai lá ver e fala comigo!
:)dor essa que depois se transforma nas palavras de alguem...
beijo vagabundo
bonita dança de palavras, de "sentires".
Esta é a verdade da vida... a inversão dos valores!
Avusa:
Não, eu já não danço.
Nem vou a festas.
:)
Tão lindo o poema! Parabéns!
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