18 outubro 2006

Gato


Rasga a unha cheia de rato o gato da minha varanda.
Não corre, não mia, não anda.
É gato de faz-de-conta.
Sempre à espreita duma espinha,
Mas sempre espinha nem vê-la.
- Que fará ele à janela?
- Que fará ele na minha?
A noite deu-lhe um luar.
O preto fica-lhe bem.
É gato de fantasia.
Não anda, não corre, não mia.
É gato sem se prender a uma vida vezes sete
E ao depressa que se morre.
Não mia, não anda, não corre.
É gato de prateleira.
Que me deram e eu não sei.
Que me deram e eu quebrei.
Que me arranha e eu deixei.

6 Comments:

At quarta-feira, outubro 18, 2006, Blogger Luis F. Cristóvão said...

bonito poema de gato!

um dia destes mando-te o meu poema-gato: num salto!

 
At quinta-feira, outubro 19, 2006, Blogger mfc said...

Os bichos são fantásticos. Conseguem dar-nos muito mais do que aquilo que de nós recebem.

 
At quinta-feira, outubro 19, 2006, Anonymous Anónimo said...

QUE GIROOOO!!!!

 
At domingo, outubro 22, 2006, Blogger Sílvio Mendes said...

liindo!!

 
At segunda-feira, outubro 23, 2006, Anonymous Anónimo said...

Gostei especialmente da última parte! :)

**

 
At domingo, maio 02, 2010, Blogger 日月神教-向左使 said...

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