18 dezembro 2006

Em dias quentes, o abraço


Um parapeito de janela suga estórias pelos cotovelos. Vê o mundo pelos olhos de um rato que passa num triz pelo cano da chuva que liga ao algeroz. Um parapeito sabe sempre e exactamente de que são as migalhas que caem das bocas que se beijam com desejos de vidro. Os parapeitos são indiscretos guardiões do amor. Por isso são de pedra, ou cimento, ou madeira, ou sei lá.
Para levarem com braços em cima sem se arrepiarem.

14 Comments:

At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Blogger LucioInferro_Adolfo said...

RESUTATE OFE CONCURSED
In Ingliche a coisa fica plus einterniciolazeide...donete iu sinque?
Desculpate fóre non comentared tuo excelented post bate tizes informachione ize came frome Washingnton DC

 
At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Anonymous Anónimo said...

Excelente texto.

 
At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Anonymous Anónimo said...

boa semana, menina das janelas…
bjs

 
At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Blogger marta r said...

Nunca tinha pensado seriamente nas variadas utilidades de um parapeito...

 
At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Anonymous Anónimo said...

As janelas e os parapeitos sao a separação entre o nosso mundo e o mundo dos outros, verdade?

 
At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Blogger Professor said...

O parapeito da janela sabe muuiiito!!!

 
At segunda-feira, dezembro 18, 2006, Blogger Chris Rodrigues said...

Quantos segredos guardam os objetos, não é mesmo? Quando visito um museu, é sempre a primeira coisa que penso. Quais segredos aqui guardados?
Bjo
Chris

 
At terça-feira, dezembro 19, 2006, Blogger Bruna Pereira Ferreira said...

Chris:

Nos museus e nos palácios, nos conventos, nos castelos, nos mosteiros... Páro sempre ao pé das pedras, das escadas gastas, das beiradas rendilhadas, das salas com eco de há muitos anos.

Que saberão elas que nada contam?

 
At terça-feira, dezembro 19, 2006, Blogger mfc said...

Todos os materiais nobres guardam histórias... nobres ou não, mas histórias!

 
At quarta-feira, dezembro 20, 2006, Blogger musalia said...

nos parapeitos, se engendram amores, ódios e sonhos. são frestas dando para o mundo interior do olhar, mesmo quando o olhar se desdobra na paisagem.

gosto especialmente das escadas, gastas, denunciando passos leves, rápidos, pesados. denunciando o coração de quem as sobe ou desce. denunciando a vida, de séculos, por vezes.

os palácios, os mosteiros, os edifícios antigos, encerram miríades de vozes, de histórias. ganha-se a vida, recupera-se o tempo percorrendo esses espaços, aparentemente vazios. ganha-se a vida, sim, como Xerazade. nas histórias que o nosso olhar reinventa...

:)
beijos.

 
At quarta-feira, dezembro 20, 2006, Blogger Bruna Pereira Ferreira said...

Musalia:

Faço das tuas lindas palavras as minhas.
Conserva sempre esse teu olhar desperto, trespassando as pedras das escadas gastas com saltos de vida.

Beijinhos :)

 
At quarta-feira, dezembro 20, 2006, Blogger LucioInferro_Adolfo said...

Queremos o teu abraço nestes dias frios...vá lá...

 
At quarta-feira, dezembro 20, 2006, Anonymous Anónimo said...

Que texto tão mágico... :)

Fez-me bem.

Beijinho grande*

 
At quinta-feira, dezembro 28, 2006, Blogger Sílvio Mendes said...

sinto-me ridículo. Não sei como comentar.
Apetece reduzir as palavras ao mínimo, para não estragar a beleza aqui instalada. E dizer sempre o mesmo, a cada texto. lindo. só. e, como impressiona!, sempre.

***

 

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