A vã glória da Revolução Industrial
Vais ser sempre a vidraça de comboio que me trespassa os dias em quilómetros por hora. Ou o meio metro de nó sem corda que prende os limoeiros à flor.
Não tenho bilhete. Queimei todas as viagens em aviõezinhos de papel e entretanto alguém tinha inventado o comboio. E naquele níveo peitoril esquecido na poeira da casa do lado da casa do lado, lá estarei. Debruçada desse lado do lado do lado de dentro do vapor, na medida férrea das linhas das mãos que guardam bagagem sem destino, sem loquete e com o hoje soterrado em apeadeiros devolutos.
O desespero da locomotiva que morre a cada estação é apenas o adeus de não se poder trocar de mundo, como se trocam berlindes.
10 Comments:
As locomotivas dispersas em que quero um lugar à janela não me cabem nas palmas das mãos. E nas tuas?
bj
Não podemos trocar de mundo, mas podemos saltar juntas para dentro do expresso dos dias felizes. Quando o vir passar venho aqui avsar-te. ;)
Deixa-me os aviõezinhos e eu dou-te os comboios ;)
parabéns pelo blog.
scaramouche.
obrigado pelas palavras.
dão-me força.
scaramouche.
depois passa no meu blog porque tenho lá uma coisa para ti*
Encantador.
Vim envolta nas "Purpurinas" da Inês e pousei neste lugar delicado. Guardarei bem o caminho para voltar mais tarde.
Abraço,
Bárbara M.P.
Parabéns pelas palavras que inspiram os leitores a ... voltar e sair dele com algo especial.
scaramouche.
Os teus aviõezinhos de papel perpassam o ar num voo de sonhos com apeadeiro. As tuas palavras.
Bj.
é o preço do avanço da tecnologia do mundo em que vivemos...se assim não fosse eu não estaria a ler-te neste momento e a comunicar contigo...
:)
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