M-A-T-U-T-I-N-O
A rapariga empapelada viaja manhã acima em Arial Bold. Debaixo do braço, encosta-se às 8h, espera pela bica
e fica
pousada em meio balcão.
Secção do INSÓLITO.
Boceja em adoçante dentro do prazo. Papel reciclado. Cotovelo em empurrão.
- Maldição da celulose!
Enquanto o dia se bebe, a rapariga segura em caixa alta o título que lhe deram em terceira coluna. Página ímpar. Canto inferior esquerdo. Não há consideração - erro em psicoze...
Foto com má resolução...
Como se não bastasse
quem o café lhe entornasse,
convidam-na à lixeira.
Jornal pingado não se lê.
- Dá para acender a lareira
ou assar castanhas, não é?
E por desdita do mundo, a rapariga morre de pé.
Com as palavras-cruzadas no fundo.
8 Comments:
Um dia ainda vais ser uma manchete duma boa notíca. Daquelas que se recortam para guardar num álbum. E recordar sempre com alegria :)
morre de pé, enterra-se de pé, empapelada para não chamar bicho.
e assim passam os dias, o que vale são as cruzadinhas :)
olá bruna pereira!
só desejamos que esta imagem da rapariga consiga fugir de forma airosa das páginas do matutino, e tenha vida como esse seu primo chamado Pinóquio:)
beijinhos e bom fim-de-semana
paula e rui lima
Jornalismo, semiótica, café, notícias, palavras, estórias. A notícia é um bem perecível. Adoro o poema. Não podia deixar de o dizer.
E o papai noel nos disse Bom dia, meninas!
Bjos
Este comentário foi removido pelo autor.
Uma coisa sei. Já não dá para fazer embrulhos para as castanhas, daqueles que se faziam a parecer um cone. Proibido a bem da globalização, dizem os senhores em Bruxelas, e depois quem é que se vai importar com uma rapariguinha mesmo empertigada logo pela manhã a cheirar a café entornado. Quem? Ainda se fosse uma rapariguinha do shoping bem bonita e perfumada...
Beijinhos marinheiros.
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