06 dezembro 2007

Em Setembro


Dia não sei do mês que não sabes do ano em que nos esquecemos de contar vestígios de tempo.

Querido diário,

Obrigada por me guardares em punhos de mel palavras tiradas a ferros.
Prometo não atrair as abelhas das tardes de sol em que vou à pesca de Domingos secos e te escrevo cartas.
Tem-me custado sair de casa e carregar com o sol do mundo. Escolher um par de meias é um quebra-cabeças que pode durar dias de cor e raciocínios avançados. Preciso de uns quantos lençóis térmicos, duas luvas vermelhas, um coração, seis rebuçados e mais uma gabardina impermeável made in Vietnam que se ajustem a mim.
A soma dos meus meus dias estaciona em tentativas de aquecer os pés na varanda enquanto pessoas felizes atravessam a rua do hotel povoada de folhas pródigas tementes de carro.

Agora devo ir.
(O Verão espera-me afogado numa saqueta de chá)

A pessoa imaginária despede-se de ti.
(Com bolachas Maria)