15 minutos
Ele há dias em que as vidraças espirram luz prateada polida ao sol.
Relíquia imensa para dois só olhos.
Uma vontade de saltar com as pernas paradas enquanto o café espera na mesa. Desespera de açúcar. Aos cubos. Aos cubos. Em frascos de vidro que não ouvem segredos. Em pó. Calados às tampas.
Gosto que tenham descoberto que o meu planeta é redondo. Sem me explicarem nada.
É tão bonito não saber como os desertos se seguram de cabeça para o ar.
E dobrar um guardanapo. Com as mãos à espera do abraço que só aparece amanhã. Talvez.
Se chover, levo o guarda-chuva. O das pintinhas. Da minha casa ao limoeiro são 15 minutos de ontem. Não faz falta sombra, eu sei o caminho.
- Esperas por mim?