O mundo de açúcar

Para lá...
... para cima.
Para cá...
... para o chão.
A ilusão. Tudo cabia naquela mistura promíscua de sonhos e aventuras de outrora onde os aviõezinhos roxos voavam muito muito alto e colidiam depois com lacinhos cor-de-rosa e ovos estrelados à pressa numa sertã de laranja-esponja com aspecto de algodão doce.
E se fosse. E às vezes era, porque explodiam alí muitas estórias abafadas em pozinhos açucarados que saíam de caixinhas de plástico (que a senhora do avental retirava amavelmente com a sua pinça metálica) para morrerem nos nossos dentes de leite, quando ainda os tínhamos presos à boca.
Mas a escada para esse mundo continua um mistério em degraus.
Porque aquilo eram só gomas.
E as gomas não contam estórias de elevador.
Só dão pulinhos na memória.