Bem branco, plissado,
vestido bonito vai bem envergado por Dona Jacinta.
Mulher do General, só veste, só usa vestido com pinta,
em bolinhas de cor.
Salta as divisões da casa com o vento nas saias.
Direita, esquerdina, anda de primor,
mais o
fáchaborque a torna bonita.
Chegada à varanda, sentada no banco,
repousa Jacinta as pernas cansadas
e, de mãos cruzadas, pensa no jantar:
Batatas assadas.
- Redondas? Quadradas?
(No vestido branquinho, sem estar desenhado,
no meio das pintas depressa pintado
recorda Jacinta um verso de amor,
dos tempos de guerra, em que era enfermeira
e havia um soldado e estava solteira.)
Redondas! (as batatas, que os versos fazem mal...)
E amarrota Jacinta nas pintinhas pretas
cantigas de amor, sonhos, estorietas…
Enquanto limpa do avental
palavras soltas de bolas-letras.
Que às oito em ponto vem o General.