Sorriam, que há festa

Algures no reino, havia serão.
Um bobo da corte, um baile, um flautista.
No meio da pista pergunta o poeta:
- A menina dança?
- Só com o trapezista.
E valsa vai e valsar bem
e olhar vai e olhar vem.
- Desculpe que insista...
Teimava o das letras com amena voz.
- Não serei eu digno de dançar com Vós?
Correram os passos na sala dourada.
Entre a cabra-cega e a apanhada,
o mor jogo em cena chamava-se amor.
De mãos enlaçadas, no centro da pista,
dançava a menina com o trapezista.
E entre as cortinas, bem longe da vista,
chorava o poeta com os olhos em dor.